terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Posse de bola

O Santos, multicampeão em 2010 e 2011, sufocou os adversários com uma marcação adiantada. Além de ter um ataque extraordinário, o Peixe contou com a falta de qualidade técnica dos meias das outras equipes.

Aí chegou o Barcelona e, com posse de bola, arrebentou com o Santos. Coincidência ou não, dois rivais que sofreram nas mãos santistas nos últimos anos agora têm meias com qualidade no passe e que ditam o ritmo das partidas.

Com Danilo, Alex e Douglas, o Corinthians dificilmente perderá a bola e, quando isso ocorrer, será motivado pela tentativa de um passe mais agudo. No São Paulo, Maicon, Cícero e Jadson mostraram que o tricolor comandará grande parte dos jogos só pelo toque de bola.

O Palmeiras, por mais que seja criticado, também trabalha mais a bola do que o Santos. A tática santista de esperar o adversário e depois pressionar com velocidade vai precisar mais do que nunca do talento de Neymar e Ganso.

Saindo de São Paulo, Fluminense e Inter também deixaram o setor de criação mais inspirado e devido à fragilidade da defesa do Santos, poderão desbancar a melhor equipe das Américas.

Neymar e Ganso terão trabalho.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O Verde e o Colorado

Na vitória por 2x0 sobre o Mogi Mirim, o Palmeiras de Felipão mostrou mais uma vez a dependência do volante Marcos Assunção. O camisa 20 marcou dois golaços em cobranças de falta e salvou um jogo, no mínimo, deprimente.

Apesar do filme começar parecido com o de 2011, as perspectivas são um pouco melhores, já que a lateral-esquerda tem um nome muito acima de Rivaldo ou Gerley. O recém-contratado Juninho mostra personalidade e muita técnica.

O centroavante Barcos, se fizer pouco, fará muito em um elenco que tem Ricardo Bueno, que até trabalha melhor a bola, mas não faz gol e Fernandão, que até faz gol, mas mata todas as jogadas mais elaboradas pelo ataque alviverde.

Há quem diga, porém, que Marcos Assunção salva, porque o time joga por ele cavando faltas. Há quem prefira o time com Chico e Márcio Araújo, o que traria mais mobilidade ao meio-campo. Valdívia e Luan e no ataque, Maikon Leite e Barcos completariam o time.

Outra opção seria a entrada de Daniel Carvalho no lugar de Luan, mas é bom nem cogitar essa alternativa, muito distante das ideologias felipônicas.

Palmeiras sem Assunção:
Deola; Cicinho, Leandro Amaro, Henrique e Juninho; Chico, Márcio Araújo, Valdívia e Luan (Daniel Carvalho); Maikon Leite e Barcos.

Colorado de Dorival

O Internacional administrou muito bem o 2x2, em Manizales. O bom time do Once Caldas foi vítima de um toque de bola consistente e da catimba de D'Alessandro, Guiñazu e Bolatti.

Dagoberto foi sacado, já que não estava 100% e que o time precisava de mais marcação, e Tinga entrou. Mesmo marcando o primeiro gol, o volante não deve ser titular. Pelo menos não deveria.

Em casa, precisando abafar, Dorival deve entrar com Dagoberto ou, então, com o novo reforço, também argentino, Dátolo. O ex-Boca tem muita técnica e pode deixar ainda mais produtiva a linha de três meias do Colorado.

Essa formação, no entanto, só será possível na Libertadores, pois o torneio não limita o número de estrangeiros por partida, como é o caso do Brasileirão.

Mais ofensiva ainda seria a entrada de Dátolo no lugar de Bolatti. Ele seria o segundo volante, ao lado de Guiñazu e Dagoberto, o ponta-esquerda.

O problema é que o ex-São Paulo não costuma ser voluntarioso na marcação. Seria uma formação para um caso de extrema necessidade.

Inter com Dátolo e Dagol:
Muriel; Nei, Índio, Rodrigo Moledo e Kléber; Guiñazu, Dátolo, D'Alessandro, Oscar e Dagoberto; Leandro Damião.

Melou!

Segundo o confiável blog do PVC, o São Paulo desistiu de contratar o atacante Nilmar, que pertence ao Villareal, da Espanha. Os motivos da desistência: alta salário e má vontade do empresário do atleta, Orlando da Hora.

Os dirigentes também repensaram no custo benefício de Nilmar, que, desde a ida para a Europa, convive com lesões. Juvenal Juvêncio não pretende investir mais um caminhão de dinheiro em um jogador com situação parecida com a de Luís Fabiano.

Nilmar também não renderia muitos frutos no marketing incialmente, mas melhoraria o nível do elenco, podendo resultar em títulos e, consequentemente, em retorno financeiro.

A possibilidade de criar uma guerra de vaidades pelo alto salário e pelo número de opções para o ataque também alertou os tricolores.

Paulo Vinicius Coelho acerta o alvo na maioria das vezes e, como ele mesmo disse em uma palestra, você não duvida de quem nunca mentiu.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

O São Paulo de Nilmar e o Corinthians de Montillo

Fevereiro começou como janeiro. São Paulo prestes a desistir da contratação do atacante Nilmar e Corinthians perto de Montillo. As novelas, porém, estavam invertidas até semana passada.

Os tricolores estavam acertados com o Villareal e só precisavam chegar no salário exigido pelo atleta e seu empresário, Orlando da Hora. O martelo não tinha batido, pois os espanhóis e o staff de Nilmar aguardavam uma proposta do mercado europeu.

A Lazio tentou, mas ofereceu números menores do que os são-paulinos. O Submarino Amarelo queria um substituto de alto nível, mas ficou mesmo com o uruguaio ex-Fluminense, Alejandro Martinuccio.

Resumo da ópera: o São Paulo aposta na crise espanhola e do Villareal, que se livraria de um dos maiores salários do elenco, mas Orlando da Hora aposta que seu atleta ainda tem mercado no Velho Continente.

Do lado corintiano, Walter Montillo esteve muito perto, viu o Cruzeiro segurá-lo bravamente e o alvinegro desistir. Mudou o discurso de que gostaria de sair e fez juras de amor à Raposa, mas clamando por valorização do salário.

Hoje, o diário Lance! publicou que o candidato à presidência do Corinthians pela oposição, Paulo Garcia, ouviu nos bastidores que o argentino já está acertado com o time de Parque São Jorge e parece que a história tem fundamento.

Nilmar, sem lesões, teria lugar garantido no ataque tricolor. Fernandinho e Osvaldo, embora tenham confiança de Leão e da diretoria, seriam reservas de luxo. A situação para Montillo estar entre os 11 de Tite é mais complexa.

Alex é indiscutivelmente um dos melhores meias do país e Danilo é considerado essencial pelo treinador. "Só" por ter essas duas opções, Tite já teve de sacar o jovem ponta William. E com Montillo, Emerson Sheik, um dos jogadores mais decisivos da equipe, ficaria sem espaço entre os titulares.

Uma solução seria sacar Liedson e usar Sheik como um centroavante. A outra, mais ousada e para momentos em que seja necessário fazer pressão, seria a saída de um dos laterais, passando Ralf para a posição de líbero e Danilo ou Alex para a ala-esquerda.

O fato é que Tite e Leão ficarão com ataques fortíssimos, mas ambos sofrerão, e muito com a falta de peças de reposição à altura no setor defensivo.

São Paulo com Nilmar:
Denis; Piris, Rhodolfo, Paulo Miranda e Cortez; Wellington, Fabrício e Jadson; Lucas, Nilmar e Luís Fabiano. Opções ofensivas sobram com Casemiro, Maicon, Cícero, Osvaldo e Fernandinho. A zaga é dependente de Rhodolfo.

Corinthians com Montillo:
Júlio César; Chicão, Ralf e Leandro Castán; Alessandro, Paulinho, Alex, Montillo e Danilo; Sheik e Liedson (Fábio Santos). Marcação depende de Ralf, principalmente na cobertura de laterais e o volante não tem substituto.